Avaliação do espectro de bioatividade das estruturas encontradas na tabebuia avellanedae empregando ferramentas in silico
DOI:
https://doi.org/10.36414/rbmc.v9i23.165Keywords:
Plantas medicinais, Tabebuia avellanedae, In silicoAbstract
Desde a antiguidade, o plantio de ervas e plantas foi aliado dos seres humanos, uma vez que, além das questões alimentares e nutricionais, ele ofereceu mecanismos medicinais para a sociedade como na civilização egípcia, considerada berço da farmácia e medicina, por exemplo. Com o advento das técnicas in silico, a pesquisa de plantas medicinais e seus respectivos mecanismos terapêuticos tornaram-se mais acessíveis e elaboradas, fazendo com que os estudos na área sejam desenvolvidos com uma maior precisão e qualidade. O Brasil, por possuir uma vasta extensão territorial e abranger diferentes zonas climáticas, abriga inúmeras espécies de vegetais, contribuindo para que existam alternativas terapêuticas a partir do uso de substâncias encontradas em plantas nativas. A espécie Tabebuia avellanedade, conhecida popularmente como Ipê Roxo, é utilizada na medicina popular como antineoplásica, anti-inflamatória, analgésica, anti-malárica e anti-infecciosa. O presente estudo foi elaborado com o intuito de elucidar, a partir de ferramentas in silico, as propriedades terapêuticas dos compostos majoritários encontradas na espécie citada, de modo a esclarecer seus mecanismos difundidos na medicina popular. Foi observado que a β-lapachona, presente na casca do vegetal, inverteu efeitos tumorais em camundongos portadores do tumor de Ehrlich, reduziu a viabilidade das células de melanoma em ratos, apresentou propriedades antiangiogênicas. Além disso, o extrato seco da casca da espécie em estudo apresentou efeito antibacteriano em cepas de H. pylori, apresentando resultados semelhantes à antimicrobianos como metronidazol e azitromicina. Foi evidenciado potencial antiparasitário contra a L. amazonenses e L. infantum e propriedades analgésicas e antiinflamatorias por aumentar significativamente o limiar da dor em camundongos. Dessa forma, é possível perceber que a T. avellanedae possui grande capacidade terapêutica e, a partir de mais estudos envolvendo a espécie será possível testar suas substâncias in vitro, possivelmente in vivo, e a partir de então promover a triagem de fármacos.
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