Panorama do acometimento por câncer entre policiais militares: uma revisão de escopo

Resumo

Policiais militares estão expostos a múltiplos fatores de risco de natureza ocupacional e comportamentais que podem impactar negativamente sua saúde, entre eles o aumento da incidência de câncer. Apesar da relevância do tema, ainda há escassez de pesquisas específicas sobre o acometimento dessa doença nessa população. O objetivo deste estudo é mapear e descrever o panorama do câncer entre policiais militares, identificando os principais fatores de risco associados à atividade. Trata-se de uma revisão de escopo conduzida de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI) e reportada conforme as diretrizes PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, BVS, SciELO, LILACS, CAPES e Google Scholar, considerando estudos publicados nos últimos 10 anos, em português, inglês ou espanhol, que abordassem diretamente a relação entre policiais militares e câncer. O processo de seleção e triagem seguiu critérios de elegibilidade previamente estabelecidos e foi realizado na plataforma Rayyan. Os resultados apontam que fatores como trabalho em turnos, estresse crônico, sedentarismo, obesidade e exposição à poluição estão associados ao aumento do risco de diferentes tipos de câncer nessa população. Os tipos mais frequentemente relatados foram câncer de próstata, cólon e pâncreas. A análise da literatura evidencia, de forma consistente, maior incidência e mortalidade por câncer entre policiais militares, embora alguns poucos estudos apresentem resultados divergentes em contextos específicos. Conclui-se que apesar de existirem alguns estudos que relacionam a profissão policial-militar ao aumento do risco de câncer, ainda há necessidade de aprofundar investigações sobre o tema, a fim de subsidiar políticas públicas e estratégias de prevenção voltadas à saúde ocupacional dessa categoria profissional.