Efeitos da psilocibina no corpo humano: uso no tratamento da depressão
DOI:
https://doi.org/10.36414/rbmc.v11i25.187Palavras-chave:
Psilocibina, Humano, Psicoterapia, Alucinógeno, DepressãoResumo
A psilocibina é um composto natural encontrado em certas espécies de cogumelos, com uma estrutura e mecanismos de ação semelhantes aos da serotonina. Estudos preliminares indicam que tratamentos assistidos por psilocibina podem ter efeitos antidepressivos significativos, particularmente em pacientes com transtorno depressivo maior. O presente estudo objetivou realizar uma revisão da literatura sobre a eficácia da psilocibina no tratamento da depressão. Trata-se de uma revisão integrativa com base no modelo PRISMA, com seleção de estudos nas bases de dados National Center for Biotechnology Information (NCBI), no PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), empregando os descritores: psilocibina, humano, psicoterapia, alucinógeno e depressão, em português e inglês, no período de 2014 a 2024. Os estudos que investigaram a viabilidade e a segurança da administração de psilocibina em pacientes com depressão resistente ao tratamento, demonstraram que o tratamento foi bem tolerado, sem efeitos adversos graves ou inesperados. Observou-se um aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) no plasma, que potencializa a neuroplasticidade e a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, particularmente da amígdala, área frequentemente relacionada à regulação emocional. Os efeitos antidepressivos são observados na primeira semana após a administração da psilocibina e podem perdurar por até 6 meses, e em alguns casos, até um ano após a administração das doses, quando combinadas com acompanhamento psicológico. A utilização da psilocibina no tratamento do transtorno depressivo maior emerge como uma possível solução com a retomada das pesquisas nesse campo. Contudo, é crucial conduzir estudos mais abrangentes sobre possíveis interações medicamentosas e conduzir pesquisas com uma população maior.
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