O impacto do cuidado de pacientes com COVID-19 na qualidade de vida profissional da área da saúde
DOI:
https://doi.org/10.36414/rbmc.v9i23.154Palavras-chave:
Fadiga por Compaixão, Indicadores de Qualidade de Vida, Infecções por Coronavírus, Saúde MentalResumo
Os profissionais da saúde sofrem alto risco de adoecimento mental durante o cuidado à pacientes com COVID-19. A Qualidade de Vida Profissional é uma norteadora que sensibiliza nossa visão para as experiências destes trabalhadores. O presente estudo objetivou avaliar a Qualidade de Vida Profissional de Trabalhadores da Área da Saúde que atuam nos cuidados a pacientes com COVID-19. Trata-se de um estudo misto sequencial exploratório, apresentado conforme critérios do Mixed Methods Appraisal Tool, realizado de julho a agosto de 2021 através de um formulário on-line entregue por e-maile redes sociais. Os critérios de inclusão foram: ter pelo menos 30 dias de cuidados diretos aos pacientes com COVID-19. Excluíram-se profissionais da saúde que estiveram de férias ou licença durante esse período de coleta de dados. O instrumento de coleta foi composto por dados sociodemográficos e o ProQol-BR. Participaram do estudo 97 profissionais. Trabalhadores da saúde de todo o Brasil, portadores de doenças mentais e usuários de medicamentos com ação no sistema nervoso central apresentaram maior média nos escores de Burnout e Estresse Traumático Secundário (p<0,05). Os resultados QUAL e QUAN corroboram para o aumento ou diminuição da satisfação por compaixão, assim como nos scores de Burnout e Estresse Traumático Secundário, no contexto do reconhecimento e do autorreconhecimento da valorização do papel da profissão. Enquanto isso, os trabalhadores portadores de doenças mentais ou em uso de medicamentos com ação no sistema nervoso, enfermeiros que estão em condições de trabalho desgastantes estão mais predispostos à fadiga por compaixão. Concluímos que os sentimentos negativos, a perda de pessoas próximas ou de pacientes são alguns dos gatilhos para fadiga por compaixão.
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